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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Carnival Glass Contemporâneo

Há 3 anos, época em que eu estava começando a colecionar Carnival Glass eu publiquei um texto onde eu falava das 4 épocas de produção dessas peças.

Vou explicar essas fases novamente:

Época do Carnival Glass Clássico, de 1907 até 1929, as peças eram ricas nos detalhes e nos padrões. Empresas americanas, inglesas, alemãs, e de alguns outros países europeus produziram itens que são o principal foco de colecionadores atuais.

Época da depressão, de 1930 a 1939. Nessa época, os grandes fabricantes americanos deixam de produzir peças mais refinadas e surgem empresas com maquinário capaz de produzir Carnival Glass em grandes quantidades. É nessa época que o nome Carnival começa a ser usado, pois peças populares serviam como brindes em feiras americanas, as Carnival Fair. Em contrapartida, na Europa a empresa alemã Brockwitz se tornava uma das maiores fabricantes de vidro da Europa. Com mais de 1200 funcionários, entre eles "designers" e engenheiros mecânicos trabalhando na empresa e morando em sua vila operária.

Época do Carnival Glass atrasado, de 1940 a 1959, depois da depressão, as empresas tentam continuar a produção. Mas são os últimos anos do glamour do Carnival Glass.

Época do Carnival Glass contemporâneo, a partir de 1960 algumas empresas tentam resgatar a produção de Carnival Glass.

E é sobre essa época que a publicação de hoje vai falar. E para isso, vamos usar peças de uma única empresa, a Indiana Glass Company.

Depois de anos passando por dificuldades financeiras e produzindo apenas artigos para bares e cozinha, a Indiana é vendida em 1957.

Com a venda, na década seguinte a empresa começa também a produzir vidro opalina, artigos para hotel, lâmpadas, etc. E no final da década de 1960 ela volta ao Carnival Glass usando tanto moldes antigos quanto moldes com novos padrões desenvolvidos para ela e também moldes comprados de outras empresas.

Um dos itens de maior sucesso da Indiana é a sua galinha compoteira.
A galinha da esquerda recebe o nome de Gold Carnival, e a da direita Blue Carnival.
Uma terceira cor também foi produzida em Carnival, a Lime Green e essa reprodução teve início no final da década de 1960 e encerrou no final da década de 1980.

Portanto, se alguém oferecer para você uma galinha compoteira carnival da Indiana dizendo que é de 1920, 1930... saiba que é mentira, elas foram produzidas apenas no final do século passado.

Outro padrão que foi reproduzido em Carnival Glass é o Lily Pons.

Apesar do padrão ser conhecido desde 1930, da mesma forma que as galinhas compoteiras, não existiu produção em carnival antes da década de 1960.

As cores usadas inicialmente eram o verde, o rosa e o transparente.

Um molde criado na década de 1970 é o Egg Relish, um prato de servir ovos cozidos recheados.

Apenas duas cores carnival foram produzidas, a dourada, cor desse prato, e a verde.
As cores carnival foram usadas apenas na década de 1970, mas outras cores foram produzidas até a década de 1990, entre elas azul, verde, âmbar e transparente.

Das peças contemporâneas da Indiana que eu possuo, a mais nova é a Windsor também conhecida como Royal Brighton.

O molde original era da Federal Glass e foi adquirido pela Indiana em 1982 e usado até o final dessa década.
Portanto nenhuma peça Windsor tem mais do que 35 anos!

Eu sempre digo, tome cuidado ao comprar uma peça Carnival Glass.
Infelizmente, no Brasil, todo anúncio que eu vejo dessas peças, quando o vendedor informa a data é sempre 1920/1930, no máximo 1940.

E na verdade a peça pode ser mais nova do que o próprio comprador...

Isso porque eu falei apenas de 4 peças de uma única empresa.

Portanto, se informe, pesquise!

Alguns colecionadores de Carnival Glass não admitem ter em sua coleção peças contemporâneas. Acham que chega a ser uma heresia misturar uma peça clássica com uma peça de produção mais moderna.

Agora, o que eu acho disso?

Bobeira... É tudo Carnival Glass!

Possui sua beleza, sua história. E sem esquecer que em 2080 serão peças de 100 anos...