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domingo, 23 de junho de 2019

Exposição Nacional de 1908 - Rio de Janeiro - Brasil

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Durante minhas pesquisas sobre a fábrica de vidros Esberard,, e também sobre outras possíveis indústrias vidreiras da primeira metade do século passado, me deparei com alguns anúncios e reportagens que citavam uma "Exposição de 1908".

Fiquei curioso, e resolvi pesquisar um pouco mais sobre essa Exposição, imaginando que fora um evento que aconteceu em algum outro país.

Jamais imaginei que a "Exposição de 1908" era na verdade a "Exposição Nacional de 1908" e que acontecera na cidade do Rio de Janeiro, na época capital da República. República que ainda não havia completado 20 anos.

Por ser um evento tão grandioso, quase inimaginável para um Brasil da primeira década de 1900, resolvi escrever sobre ele, e mostrar um pouco da história brasileira, que nem eu conhecia até então.

A justificativa para tal evento era a comemoração dos 100 anos da abertura dos portos brasileiros para as nações amigas, decreto de Dom João VI.

Na prática, segundo historiadores, o motivo era fazer um levantamento sobre tudo o que era produzido no Brasil, desde agricultura, pecuária e gêneros alimentícios, passando por bens de consumo feitos pelas indústrias que começavam a aparecer em vários estados brasileiros, e pesquisas farmacêuticas ou de outras espécies.
E também, mostrar para outros países, o desenvolvimento que vinha ocorrendo na Capital da República, após um grande trabalho de urbanismo e saneamento.

Em 1907, com autorização da Lei do Orçamento, o então presidente da República Dr. Affonso Penna aprova como organizador do evento o Dr. Miguel Calmon Du Pin e Almeida e mais uma comissão composta por 41 membros.

O local escolhido para a exposição foi o bairro da Urca, no Rio de Janeiro, mais precisamente a área entre a Praia Vermelha, e a atual Avenida Pasteur.

Pavilhões foram montados para que estados brasileiros mostrassem seus produtos.
O único país estrangeiro a participar da Exposição foi Portugal, que segundo uma publicação da época "antiga metrópole a quem devíamos as origens da nossa civilização e o próprio ato cujo centenário comemorávamos.
Assim, ao nosso lado figurou a seção portuguesa em dois pavilhões, um dos quais em arquitetura gótica manuelina era uma das jóias arquitetônicas da exposição."
Abaixo, um croqui que mostra toda a área da Exposição, bem como seus pavilhões.
Para fazer uma comparação com a área atual clique aqui e veja a Urca pelo Google Maps.


Algumas fotos mostram a área da Exposição:


Do alto do morro da Babylônia:


Parada do bondinho que leva ao Pão de Açucar.


Pavilhões vistos do mar:


Se as fotos com uma visão geral já surpreendem, as fotos de cada construção surpreendem ainda mais.

Começando pelo portal de entrada onde se localizavam as catracas.


O bilhete de entrada custava 1$000, ou seja, Um Mil Reis que, segundo o conversor de moedas O Estadão, equivalente a R$ 50,00 nos dias de hoje.

Uma nota no Jornal da Exposição, jornal dirigido por Olavo Bilac, de 14 de Novembro de 1908 desmente um boato de que no dia 15/11 a entrada seria gratuita.
O interessante da nota é que ela diz que o jornal clamou por entradas gratuitas aos pobres, mas no fim da nota, a conclusão é curta e grossa "Amanhã a entrada é, como deve ser; - paga.".


Para o Pavilhão das Indústrias foi aproveitado o prédio da Escola Militar existente na Praia Vermelha.


Para o Palácio dos Estados / Palácio das Exposições foi aproveitada uma construção abandonada onde deveria funcionar a UFRJ, fato que não aconteceu pois não haviam recursos para a finalização da obra.

Atualmente, esse prédio abriga o Museu de Ciências da Terra.



Todos os outros Pavilhões foram construídos exclusivamente para a exposição.

O Distrito Federal:



Palácio da Bahia:


Palácio de São Paulo:


Palácio de Minas Gerais:


Palácio de Portugal:



Segundo o Almanaque do Garnier de 1910: " Restaurantes, mirantes sobre o mar, jardins, cafés, rinks, diversões múltiplas populares entre os relvados graciosos de jardins, exerciam grande fascinação sobre o povo, que principalmente aos domingos acorria aos mais longínquos arrabaldes para o espetáculo deslumbrante da iluminação a mais bela que jamais viram os cariocas.".
Essa iluminação era fornecida pela Light, e pelo que foi publicado, era o que existia de mais moderno na época.

Abaixo, os "relvados graciosos de jardins":


O Theatro Municipal E anúncios com os espetáculos do dia 07/09:




O Pavilhão Egípicio, destinado a apresentações musicais, por onde passaram artistas como Ernesto Nazareth e Osório Duque Estrada:


No Rink de Diversões Múltiplas, um destaque para os "Balanços hygienicos" e também a programação das festas fixas de uma sexta-feira, 16 de Outubro:



Na hora da fome, consegui descobrir dois restaurantes, um chamado "Restaurante Rústico" e outro, restaurante de luxo, o "Pão de Assucar", um restaurante "para quem prezava a saúde e não queria sofrer do estômago". Os preços variavam entre $500 e 1$800 (Réis) e eram servidos pratos como Paté de foie-gras truffé e Crevettes au Riz.


Além da mineração, agricultura, pecuária, indústrias alimentares, de laticínios e fibras, existiam também pavilhões que  destinados a mostrar as pesquisas e desenvolvimento do Brasil, eram eles, Jardim Botânico, Sociedade Nacional de Agricultura, Inspeção de Matas e Jardins, Correios e Telégrafos, Higiene e indústrias particulares.

Correios e Telégrafos:


Inspeção de Matas e Jardins:


As indústrias particulares participantes eram premiadas, e usaram essa premiação em anúncios publicitários nos anos seguintes.
Eis algumas indústrias participantes e premiadas.

Goiabada e marmelada Águia:


Pharmacia e laboratório J. B. de Medeiros Gomes:


Cofres Nascimento:


Laboratório Homeopathia Almeida Cardoso & C.


Pharmacia e Drogaria Moura Brasil (aquela dos colírios Moura):


A Exposição foi inaugurada em 11 de Agosto de 1908 e encerrada em 15 de Novembro do mesmo ano. (vale lembrar que toda essa estrutura foi erguida em pouco mais de 1 ano!).

Com o seu encerramento, a dúvida que pairava era o que seria feito com todo esse espaço.
O principal objetivo era que, por fim, as edificações virassem a Universidade do Rio de Janeiro.

Isso, é claro que não aconteceu. Tudo ficou 'as ruínas.

As fotos abaixo são de 1915 e mostram o Pavilhão da Bahia e o Palácio São Paulo.
me fizeram lembrar das Olimpíadas do Rio de Janeiro depois de 2016...



Para quem queira conhecer um pouco mais sobre a Exposição Nacional de 1908:

O site Brasil na Fotográfica possui um acervo com fotos de ótima qualidade, tiradas pelo fotógrafo Augusto Malta (1864 - 1957). Para acessar o link, clique aqui!

Na Hemeroteca Digital Brasileira, você encontra as 70 edições do Jornal da Exposição. Para acessar a Hemeroteca, clique aqui!

Também na Hemeroteca Digital Brasileira você encontra o Album de Exposição, clicando aqui. A capa do Álbum está reproduzida na próxima imagem:


Por fim, gostaria de dizer que a intensão dessa postagem é de apenas contar um fato que ocorreu no Brasil no início do século passado.
Fato, creio eu, desconhecido por muitos... assim como eu desconhecia...

Uma última foto, na minha opinião muito linda, tirada de uma das janelasdo Palácio de Bellas Artes com uma bela vista dos outros prédios da Exposição.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Esquilos, saguis e tucanos

Hoje eu resolvi deixar as antiguidades, os vidros, o Carnival Glass um pouco de lado e decidi falar, e mostrar, um pouco o porquê eu gosto tanto de morar em Curitiba.

Não sou natural dessa cidade, sou nascido em São Paulo, no bairro do Ipiranga, e até meu 24 anos minha vida, meu trabalho, meus amigos estavam situados na zona leste de São Paulo e também, talvez muito mais, no ABC Paulista.

Quando vim para Curitiba, há pouco mais de 20 anos, me apaixonei por essa cidade.

E continuo apaixonado!

Até o momento, não me vejo morando em outro lugar que não seja aqui.

Nessa cidade, construí minha vida.

Tive o privilégio de ter uma casa próxima ao centro da cidade, algo em torno de 3 quilômetros, em uma região cercada por muito verde.

Minha casa faz fundos com uma centenária chácara que é patrimônio de Curitiba e possui uma área de mata nativa muito bem preservada com araucárias, nascentes de água e muitos animais silvestres.

E são esses animaizinhos que eu quero mostrar.

Como eu tenho um pomar nos fundos de casa com árvores como abacateiro, goiaba, amora, caqui, pecã, jabuticaba, pêssego, pitanga, figo, maçã, entre outras tantas, esses bichinhos acabam vindo se alimentar aqui em casa e por consequência acabam se adaptando ao nosso convívio.

É o caso da Nina, esse esquilinho que aqui em Curitiba  é chamado de serelepe.



Já faz algum tempo que ela vive aqui em casa, e para ter uma ideia do quanto ela confia em nós, eu tenho uma jabuticabeira no jardim da frente de casa que quando está produzindo ela sai da toca entre 9h30 e 10h00 (sim, ela não acorda antes das 9h30) e pula do pé de araçá para a pitangueira, da pitangueira para a quaresmeira e da quaresmeira ela desse até o chão e vai caminhando pelo cimento até chegar na jabuticabeira.

Nessa época de produção da jabuticabeira, nesse horário, eu tenho que deixar meus filhotes Sharona e Encardido separados para não correr o risco de eles pegarem a Dona Nina.

No final desse verão ela apareceu com um namorado e com um filhote, só que como ela é a dona do pedaço, o filhote cresceu, e junto com o pai acabaram indo embora.



Mais abusados que a Nina são Pêto e Pêta, um casal de saguis, que também já há algum tempo, frequentam meu pomar.

Pêto:


E Pêta com dois filhotinhos nas costas:


E os filhotes já crescidos:


Uma coisa engraçada sobre a família é que eles chegam de manhã, normalmente no horário que eu estou  tomando café, eu dou uma banana para eles, e os pais deixam os filhotes aqui em casa enquanto saem para "dar umas voltinhas".

Os dois pequeninos se divertem pulando de árvore em árvore, fazendo peraltices, mas sempre prestam atenção quando começo a falar com eles.

Ou seja, virei babá de macaquinhos...

Ontem, eu comecei a escutar o som de uns pássaros diferentes. Som que nunca havia escutado antes.

Fiquei atento, e qual não foi minha surpresa quando hoje presenciei essa cena:


Um bando de tucanos no meu quintal!

São quatro ou cinco tucanos, lindos, lindos, lindos!


E o que eles fazem aqui em casa?

Estão devorando meus abacates!


Eu achando que esse ano eu ia comer abacate do pé!
Já não bastasse a Nina que derrubou vários abacates enquanto eles eram pequenos... agora os tucanos...


Para falar a verdade, tem muita fruta aqui em casa que eu só cheguei a experimentar quando eu tirei elas do pé enquanto ainda estavam verdes.

Pássaros e outros animais tem prioridade com os caquis, figos, goiabas...

Eles merecem!

Durante o dia de hoje eu pensei por muitas vezes se eu deveria ou não escrever essa publicação.
Achei que poderia parecer um tanto quanto exibicionismo da minha parte.

Mas depois, cheguei à conclusão de que não era.

Muito pelo contrário, a ideia é mostrar que podemos sim ter qualidade de vida, mesmo morando em uma grande cidade.

E que, mais do que isso, quando respeitamos a natureza, ela nos agradece e devolve com belezas de encher os olhos e com esse sentimento de certeza de que viver é muito bom!

Um grande abraço para todos, até a próxima!

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Morretes - Paraná

Sabe aquela cidadezinha cortada por um rio de águas limpas, casas antigas, todas coloridas, canteiros de flores... Aquela cidadezinha que você vê na novela e pensa "Uma cidade assim não existe no Brasil, é apenas cenário de novela".

Engano seu, essa cidade existe sim, é Morretes, no litoral do Paraná.


Partindo de Curitiba, para o passeio ficar mais encantador, você pode ir pela Estrada da Graciosa, já mostrada aqui no site.
Pouco mais de 70 km separam a capital paranaense dessa bela cidade que teve seus primeiros habitantes lá por volta dos anos de 1700.

Em alguns pontos existem escadarias que descem até o rio Nhundiaquara onde é possível sentar, molhar os pés e se refrescar à sombra de um flamboyant.




Casas de várias cores, ruas super limpas e conservadas.


Mas não vá pensando que a cidade é calma como mostram as fotos.
Muito pelo contrário, é uma cidade que nos finais de semana é invadida por turistas que vem de toda parte do mundo conhecer essa encantadora cidade e também provar o mais típico prato do litoral paranaense, o famoso "barreado", carne muito bem temperada e condimentada que fica cozinhando na panela de barro por mais de 24 horas.
Imperdível!


No caso dessas fotos, elas foram tiradas em um sábado do ano passado.
Sábado de jogo do Brasil na copa do mundo.
Está explicado o porque a cidade parece abandonada...