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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

The Carnival Glass Society Newsletter

Em Dezembro do ano passado eu recebi um e-mail de Derek Sumpter que me deixou extremamente feliz, e hoje, divido com vocês o porquê.

Derek Sumpter escreve artigos para o Carnival Glass Society - United Kingdom (CGS-UK), e sua esposa, Carol Sumpter é a editora das newsletter que são enviadas de forma digital e/ou impressa para membros do CGS-UK no mundo inteiro.

No e-mail, Derek me enviou duas newsletter que ele escreveu no ano passado.

Nessas newsletter ele escreveu sobre carnival glass brasileiro.

E para ilustrar os artigos ele usou fotos das minhas peças e também das peças do meu amigo Álvaro Aguiar.

No texto, além de explicar sobre as peças, em certos momentos ele fala sobre a Esberard Rio, sobre araucárias e pinhões, sobre características do Brasil, etc.

Ah! Ele também me disse que cópias impressas dos artigos foram enviadas para o Corning Glass Museum, no estado de Nova York!

Meus sinceros agradecimentos ao Derek e à Carol pelos artigos muito bem escritos, e pela oportunidade de mostrar um pouco do Brasil para o mundo através da minha coleção!




terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Carnival Glass Padrão Lacinho (Garland and Bows)

Um padrão Carnival Glass encontrado com certa facilidade no Brasil, fabricado pela Esberard Rio, é o padrão Lacinho, conhecido no exterior como Garland and Bows (Festão e arcos).


A origem desse padrão é interessante, e a maneira como ele veio parar em terras tropicais é mais interessante ainda e foi desvendada por Glen e Stephen Thistlewood.

Segundo o casal, esse padrão é original da Europa e era fabricado por duas empresas, a finlandesa Riihimaki e a polonesa Hortensja.
O desenho feito pelas empresas possuíam algumas diferenças, mas a mais fácil de identificar é que o lacinho da Riihimaki aparece abaixo de uma faixa pontilhada, enquanto nas peças da Hortensja esse lacinho acompanha a faixa pontilhada, ou seja, não está nem acima nem abaixo da faixa, está sobre a faixa.

Para entender essa diferença, comparem o lacinho na cumbuca da foto acima com o da manteigueira do Álvaro Aguiar. Lembrando que as duas peças não são europeias.




Há algum tempo, peças Lacinho com características no desenho e na coloração diferentes das produzidas na Europa, foram encontradas na Argentina.

Glen e Stephan acreditam que por motivos políticos e econômicos essas peças começaram a ser produzidas na América do Sul não porque os moldes foram adquiridos por algum país daqui, mas sim porque imigrantes poloneses que trabalhavam com a fabricação de vidro acabaram trazendo os desenhos das peças para servirem como portfólio na hora de conseguirem empregos.

O casal ainda cita que colônias polonesas se estabeleceram entre Argentina, Brasil e Paraguai, portanto qualquer um desses países poderiam ter produzido o padrão Lacinho.

Até que, peças começaram a surgir no Brasil com a marca Esberard Rio estampada.
Ou seja, mistério resolvido, Lacinho / Garland and Bows foi produzido na América do Sul pela Esberard Rio.


Mas aqui eu devo levantar minhas suspeitas e questionamentos.

1) Uma peça carnival na cor azul cobalto sem características de ter sido fabricada na Polônia foi encontrada na Argentina.
Até onde sabemos, a Esberard não produziu carnival glass nessa cor. A Esberard trabalhava com vidro colorido mas em peças não carnival.
2) Todas as peças marcadas Esberard possuem o lacinho abaixo da linha pontilhada, mas algumas peças com o lacinho sobre a linha, e sem a marca Esberard,  podem ser encontradas tanto no Brasil quanto na Argentina.
3) Fazendo buscas em sites de venda da Argentina já encontrei por várias vezes sendo vendidas peças Lacinho, com ele sobre a linha pontilhada, sendo vendidas.

Diante dessas características eu tenho uma leve desconfiança de que o padrão Lacinho foi produzido tanto na Argentina quanto no Brasil.

Explico, provavelmente algum polonês imigrou inicialmente para a Argentina, e depois acabou saindo da Argentina e indo para o Rio de Janeiro.

Vale lembrar que  no sul do Brasil é onde se formaram a grande maioria das colônias polonesas.
Pela proximidade dos estados do sul do Brasil com a Argentina, o mais certo é que alguém que trabalhava com vidro procurasse alguma empresa nessa região para ficar "um pouco mais próximo" dos seus conterrâneos
O que nos leva à Argentina, que possuía grandes empresas vidreiras.

Mas, tudo isso são suposições, sem nenhuma comprovação.

Depois de toda essa história, vamos apresentar algumas peças.

Saladeira com suas cumbucas;





O interessante das cumbucas pequenas é que o mesmo molde foi usado para cumbucas de diâmetros, e consequentemente alturas, diferentes.

De cima para baixo, 10,0 cm de diâmetro, 13,0 cm e 14,5 cm;



E por último, uma compoteira do Álvaro. Compoteira fechada e com presentoir, a paixão dos colecionadores brasileiros;


Toda a história por trás de um padrão.
Finlândia, Polônia, Argentina e Brasil.
História fascinante, intrigante, que nos faz querer pesquisar e conhecer mais e mais sobre carnival glass.