No dia 18 de agosto de 1987, ainda morava na casa de meus pais, cheguei em casa no início da noite, liguei a televisão e fiquei sabendo que naquele dia o Brasil perdia um dos seus maiores escritores, Carlos Drummond de Andrade.
Sentei no chão da sala e chorei... chorei e escrevi uma poesia em sua homenagem.
No outro dia enviei essa poesia para o Jornal da Tarde. Jornal de preferência do meu pai.
Não sei porque mas meu pai passou algum tempo sem comprar o Jornal da Tarde. Creio que o motivo era não ter tempo para ler pois nessa época minha mãe se encontrava muito doente e na maior parte de seu tempo, meu pai estava correndo com ela atras de médicos, hospitais e tratamento.
Depois de algum tempo, acho que mais ou menos dois meses, ele chega em casa e me pergunta se eu havia escrito para um jornal. Um amigo dele havia encontrado no jornal uma pessoa com o mesmo sobrenome do meu pai!
Claro, era eu. Minha poesia tinha sido publicada com o título de "Quem foi Drummond?" no dia 24 de Agosto de 1987.
Como ontem, 31 de Outubro, foi a data de nascimento de Drummond, resolvi publicar o meu poema.
Hoje não somos Brasil
Hoje nós nem existimos
Hoje somos simplesmente
saudades, Drummond, saudades.
Chora a cidade Itabira,
Chora Alguma Poesia
Chora Viola de bolso,
Menino, Drummond, Antigo.
A perda de um grande homem,
a perda desse menino,
a perda do sempre Rei
poeta, Drummond, poeta.
Carlos é lembrança eterna,
Drummond é parte de Minas,
de tudo o mais que ele foi,
Andrade foi poesia
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