Hoje, não vou mostrar uma única peça. São várias, com a mesma decoração, e talvez a decoração mais fácil de se encontrar em antiquários e sites de vendas.
Conhecida em algumas regiões brasileiras por "lágrima" e em outras por "gota", temos peças de vários formatos, tamanhos e cores.
Prato para bolo, compoteira aberta, compoteira fechada com seu respectivo presentoir.
Nas cores fogo (marigold), azul turquesa e transparente. Claro que essas são apenas cores que eu possuo. Provavelmente existam outras cores disponíveis.
De todas elas, a que mais se destaca é a compoteira fechada de pé baixo, que também é conhecida por "gota gorda", provavelmente por ela ser mais baixa e mais robusta, e também por "Dona Antônia" cuja origem do nome é um mistério.
A base da Dona Antônia possui decoração externa, a tampa possui decoração interna, e o prato de apoio, chamado de presentoir possui a decoração na parte inferior.
É possível reparar que a base da Dona Antônia e o prato de bolo são do mesmo molde.
O "dilema" da Dona Antônia é, qual o fabricante brasileiro que produziu essa peça no século passado?
A suspeita é que esse padrão era usado inicialmente pela Esberard Rio, e depois foi adquirido por uma fábrica chamada Guarani.
Informações que até o momento não podem ser confirmadas com exatidão, pois são informações passadas de boca em boca ao longo dos anos.
Mas alguns detalhes curiosos levantam a suspeita da veracidade dos fatos.
Eu encontrei informações em livros e em trabalhos acadêmicos de que existiu, no Rio de Janeiro, uma fábrica de vidros com o nome Guarani.
Informações técnicas sobre a fábrica, nenhuma sobre sua produção.
Outros fatos que existem são visíveis nas peças Dona Antônia. Veja as fotos abaixo:
Duas bases da Dona Antônia, as duas são da mesma cor, fogo (marigold). Porém a da esquerda possui uma iridescência mais alaranjada enquanto a da direita é mais amarronzada, ou como diria meu amigo Edward Freire, mais "queimada".
Além da iridescência, o fundo da amarronzada é formado por raios concêntricos que chegam até a borda do pé, enquanto que a alaranjada possui raios concêntricos que terminam antes de chegar à borda.
De acordo com essas características, acredita-se que a Dona Antônia da esquerda foi produzida pela Esberard Rio, antes da década de 50, e a Dona Antônia da direita foi produzida pela Guarani entre as décadas de 50 e 60.
Como eu disse, são informações passadas por colecionadores e vendedores ao longo de muitos anos, a veracidade não está comprovada.
Mas quem sabe, algum dia, alguém, por algum acaso, descubra algum documento, livro, informativo, catálogo, revista, jornal, sei lá, alguma forma de comprovar e resolver o dilema de Dona Antônia?
Por enquanto, vamos apenas colecionar e apreciar os encantos dessas peças.
C.Deveikis
ResponderExcluirIncansável como sempre.
Essas diferenças e variantes é que dão um motivo ao colecionador ou apreciador de peças de época.
Pena que haja tanta "China" que copia até a si mesma no que tem de tão interessante. Ha´casos fáceis de distinguir entre cópia e copiado e casos insolúveis ao olho nu. Compoteiras e mantegueiras inundam os departamentos de utensílios de vidro.
Mas quanto do que apreciamos hoje foram simples cópias de um original pirateado...?
Quanto às cores. penso que sejam muitas, muitas mesmo. E algumas bem raras certamente,
Um abraço.
ab