Isto porque, pela primeira vez em uma produção de televisão, apareceu uma peça Carnival Glass como objeto cenográfico.
Era um vaso, brasileiro, que recebe o nome de Aztec Headdress e pode ser visto na publicação clicando aqui.
Essa semana, mais uma surpresa!
Outra peça Carnival Glass aparece em cena, dessa vez na casa das personagens dos atores Guilhermina Guinle e Flávio Tolezani.
Seria mais um momento feliz em ver uma peça Carnival Glass na novela Êta Mundo Bom não fosse um detalhe...
A Novela Êta Mundo Bom é ambientada na cidade de São Paulo no final da década de 1940, início da década de 1950 e a Indiana produziu as Lotus Blossom somente a partir da década de 1970!
Um erro de produção de arte de pelo menos 20 anos!
Foto: Donna Adler
Eu já falei sobre Carnival Glass Contemporâneo aqui blog, mais precisamente sobre a produção contemporânea da Indiana que se estendeu até o final da década de 1980.
Até concordo que a Lotus Blossom pode ser confundida com uma peça de design art noveau, talvez por isso a produção de arte pode ter pensado se tratar de uma peça do início do século passado.
Mas não é. É uma peça com no máximo 45 anos.
E o maior problema que um erro desses pode gerar é que uma peça dessas acaba sendo vendida por negociadores por um preço muito além do que ela realmente vale, simplesmente pelo fato de aparecer em uma novela de época e por pensarem ser um objeto com quase um século de existência.
A foto da caixa de uma Lotus Blossom de 1970:
Foto Donna Adler
Por isso que eu sempre digo que quando se trata de Carnival Glass aqui no Brasil, é necessário ter muita cautela para não achar que todas as peças são da metade inicial do século passado e para não cometer erros, buscar informações é extremamente necessário.
Êta Mundo Bom é uma novela que eu gosto de acompanhar, simples, divertida, bem feita.
Mas infelizmente hoje, vou ter que dar um ponto negativo para ela...
Meus sinceros agradecimentos à expert em Carnival Glass e mais expert ainda em vidros da Indiana Glass Co., Donna Adler, por permitir o uso das imagens.
E para os que acompanham o blog, um grande abraço e até a próxima!
Pois é. Erros desses nas produções televisivas e cinematográficas são frequentes e até se tornam em jogos entre os espectadores, no género, vamos la´ver quem descobre o que está errado.Ainda outro dia correu a notícia que a rainha de Inglaterra tinha descoberto um erro na série Downton Abbey :)
ResponderExcluirhttp://www.papelpop.com/2015/09/a-rainha-elizabeth-adora-achar-erros-em-downton-abbey/
A peça em questão é muito bonita e eu não daria pelo erro. Desde que descobri o seu blog que ando mais atenta aos vidros, assunto que conheço muito mal na esperança de descobrir uma peça Carnival Glass, mas nunca encontrei nada, ou então deixei escapar:)
Boa semana
Olá Maria Paula!
ResponderExcluirObrigado pelo comentário!
Bem, erros são inevitáveis, alguns são bem aceitos e chegam até a serem engraçados, outros no entanto...
No caso da novela, tenho certeza que foi uma bobeada.
Mas uma bobeada que poderia ter sido evitada.
O Carnival Glass contemporâneo produzido pela Indiana tem cores que fogem do Carnival Glass tradicional, e a iridescência da peça também é diferente, parece que a peça brilha mais, reflete mais cores do arco íris.
Eu, quando bati o olho na peça, não sabia que era conhecida como Lotus Blossom, mas apenas de ver a cor eu já imaginei que era da Indiana.
Daí foi só dar uma pesquisada nas referências.
Mas isso é questão de prática, ao longo desses anos colecionando Carnival Glass eu já comprei muito gato por lebre...
Um grande abraço!
Claudio e Maria P. (que faz muito bem em ler o C. Deveikis, Perito em Vidros)
ResponderExcluirEssas falhas são comuns em novelas e mesmo em Cinema onde se pretende ter uma melhor pesquisa histórica, etc.
Jamais perceberia que esta compoteira (parece luminária) está antecipada em 20 anos pelo menos... Parece coisa antiga, assim também se deu aos olhos do
diretor de cenário (é isso mesmo?).
Mas para o Claudio que tanto estima e conhece de Vidros, isso é café com leite.
Percebo mais essas falhas na decoração sacra: Produções que retratam o tempo do Império com capelas onde se vêem por exemplo imagens de N. Senhora de Fátima, S. Teresinha, etc. Devoções do século XX antecipadas por vezes em um século ou mais.
Mas devemos tomar um cuidado neste campo da Arte Sacra ou da Liturgia: Por vezes há sim, em concreto, a antecipação de um rito, canonização, etc. Um exemplo bem expressivo de 2 santos muito populares no Brasil: Santa Rita de Cássia e São Benedito, o Preto (Negro ou Mouro). Viveram e se santificaram séculos e séculos antes de sua definitiva elevação aos altares, Rita quase 500 anos antes, Canonizada em 1900, Benedito em 1925, parece, só para ter uma ideia... Daí que que podemos encontrar, mesmo no século XVIII, devoções, altares, igrejas e até Paróquias com seu patrocínio. Tudo bem que existiram tais personagem lá no passado mas Teresinha de Jesus e a devoção dos Pastorinhos de Fátima são coisa bem diferente...
Maria Paula. Depois vou lá ver o seu link e quero deixar um outro cmt solto: Não sou muito da Sétima Arte, nada entendo mas adorei o Figurino e Cenários de "Os Três Mosqueteiros", última versão, parece. Fiquei impressionado com os palacetes, jóias, e indumentária e os demais objetos de luxo que este filme mostrou.
Abraços.
ab