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sábado, 2 de janeiro de 2016

Vasos Carnival Glass - Parte 1


Quando eu comecei a colecionar carnival glass eu encontrava anúncios de vasos sendo vendidos e sempre acabava achando esses vasos estranhos. Não me chamavam a atenção e eu achava que eram peças que eu nunca compraria.

Até que acabei comprando um lote de peças onde entre elas existia 1 único vaso.

Quando o vaso chegou em casa não teve como não me encantar. A peça era muito linda!

Desde lá, venho comprando uma quantidade razoável de vasos, tanto que essa postagem será dividida em três ou quatro partes.


Vasos são uma ótima maneira de começar uma coleção carnival pois existem cerca de duas centenas de padrões, cada padrão com uma boa variedade de cores e também de tamanhos que podem começar com 11 centímetros e chegar próximo aos 50 centímetros

Com tudo isso, colecionar acaba sendo divertido, mas identificar uma peça pode ser um pouco complicado, principalmente porque existem padrões semelhantes feitos por empresas diferentes.

A dica para identificar a qual empresa pertence um vaso é, além da cor e do tamanho, contar a quantidade de ondas que o vaso possui na sua boca e também o fundo do vaso.

Mas vamos aos vasos!

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O primeiro é conhecido por "Diamante e Costelas" e foi produzido pela Fenton.
Ok, eu sei que é um nome estranho, portanto, explicando.
As "costelas"são essas linhas verticais dentro das ovais, já os"diamantes", segundo Mr. Dot, são os desenhos formados por entre 4 ovais...

Possui seis ondas, o fundo é liso e côncavo.
Cor lavanda, 29,0 centímetros de altura.




O segundo vaso é um Northwood conhecido como "Tronco de Árvore", e acho que nesse caso não é necessário explicar o motivo.


Possui 9 ondas, fundo liso e côncavo com a logomarca da Northwood.
Vinte e Sete centímetros de altura e a cor é púrpura.




E por último, um Imperial que é conhecido por "ondulação", também sem necessidade de explicação.


Talvez seja o vaso carnival mais fácil de se colecionar pois é encontrado com mais facilidade em 12 cores diferentes e em pelo menos 7 tamanhos.

São seis ondas, 28,0 cm de altura, fundo raiado e cor marigold.




Um Excelente 2016 para todos que seguem o Do Tempo do Guaraná de Rolha e também para aqueles que vez ou outra passa por aqui para dar uma olhadinha.

Que 2016 seja um ano de grandes realizações pessoais e profissionais para todos!

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Twins - Imperial Glass

Sempre quando eu encontro, em sites de vendas ou catálogos de leilões, peças com identificação ou descrições incompletas ou erradas, eu procuro entrar em contato com o responsável pelo anúncio e passar todas as informações que eu conheço e que são necessárias para que a peça seja vendida com a descrição correta.

Pouquíssimas vezes, o responsável pelo anúncio entra em contato comigo dizendo que vai usar as informações.
Muito pelo contrário.
Na maioria das vezes minhas informações são ignoradas e já teve até caso do vendedor iniciar discussão comigo alegando que eu estava querendo saber mais do que ele...

Fazer o quê? Eu tento ajudar, mas infelizmente essa ajuda é vista de forma distorcida, como se eu quisesse prejudicar a venda...

Uma das peças mais fáceis de encontrarmos, principalmente em catálogos de leilões, é essa:




Peça oca, com 14,0 cm de altura, e os mesmos 14,0 cm de diâmetro máximo, normalmente é vendida como vaso/floreiro.

Mero engano...

Começando pela posição que, como pensam que é um vaso, a parte oca fica voltada para cima, sendo que na verdade ela é voltada para baixo.

E depois, e se eu te disser que essa peça combina com esse bowl de 25,0 cm de diâmetro por 15,0 cm de altura?



Conseguiu fazer a junção das duas peças?

Se você falou que é uma fruteira ou uma poncheira, acertou!


Apesar da Imperial Glass vender esse conjunto como poncheira/fruteira, muitos colecionadores acham estranho ela ser uma poncheira em razão de possuir uma parte muito ondulada impossibilitando o uso de muito líquido em seu interior.


Eu já acho estranho ser considerado como uma fruteira. Com essa base não fixa e preenchendo ela com frutas, ficaria muito fácil da parte superior cair e quebrar.
Mas talvez seja essa a razão de encontrarmos muitas bases sem a parte superior sendo vendidas como vasos.



O padrão é conhecido por "Gêmeos" (Twins) e aparece no catálogo da Imperial Glass De 1909.
Por não possuir o "IG", marca da Imperial, gravado nas peças, e também pelas características do vidro e iridiscência, acredito que essa peça seja anterior a 1920.

Um fato interessante é que você podia comprar as peças juntas ou separadas. E claro que a maior quantidade de peças que eram vendidas eram a parte superior.
E como a Imperial fabricou vários modelos de poncheira, e como ela também deveria fazer uma "liquidação" das bases que ficavam encalhadas, sem venda, é possível encontrar poncheiras onde a base diferente da parte de cima.

Algo totalmente aceito por colecionadores, mas que claro, diminui o valor da peça.


Portanto, não se enganem mais.
Quando encontrarem um vaso ou floreiro parecido com esse, saiba que na verdade ele é a base de uma poncheira.

Abraço para todos!


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Identificando peças da Esberard Rio

Para quem é colecionador de carnival glass, ou mesmo de peças de vidro moldado que não sejam iridescentes, sabe que o grande desfio é identificar o fabricante bem como o país de origem.

No exterior existem verdadeiros mestres nessas identificações.
Fazendo uso de catálogos antigos ou de anúncios que apareciam em jornais de época, muitos fabricantes possuem hoje suas peças reconhecidas em sites e livros especializados.

Colecionadores chegam a formar comunidades na Web para troca de informações, algo que infelizmente não acontece no Brasil, tanto que a maior parte de informações que eu troco com outras pessoas são de colecionadores que vivem no exterior.

Quanto a produção brasileira, sabemos que a Esberard Rio é a empresa nacional de maior destaque no colecionismo de vidro moldado, porém, descobrir se um carnival glass foi feito por ela ou por alguma outra empresa que supostamente se enveredou no "vidro fogo" brasileiro, é questão de sorte e muita procura.

Isso porque a Esberard chegou a gravar sua marca em alguma peças.
Algumas...
Portanto é necessário muita procura em sites de vendas, entre outros colecionadores, em antiquários e a sorte de encontrar alguma peça com o nome Esberard Rio gravado.

E é isso que eu quero mostrar para vocês, peças da Esberard e a maneira como atribuímos a sua fabricação.

Quando eu comprei esse Thistles and Crown eu imaginei que se tratava de uma produção argentina. Uma por causa do tamanho, 29,0 cm de diâmetro, outra por que o padrão de decoração não é um padrão muito ao gosto dos brasileiros.
Mas então, Glen Thistlewood descobriu uma saladeira vermelha, com o mesmo padrão e com a marca Esberard Rio gravada, sendo vendida no Mercado Livre.
A saladeira vermelha com a marca você pode ver no site do Mercado Livre clicando aqui.

Rainforest é um outro padrão produzido pela Esberard e que foi de fácil identificação pois consegui comprar dois porta-confeitos em forma de trevo que possuem o nome.
Por conta do tamanho pequeno e curvatura da peça a marca acabou saindo sem o "E"central.

Garland and Bows talvez seja o padrão mais conhecido da Esberard. E até hoje, todas as Garland and Bows que eu ví estavam identificadas com a logomarca.
Mas esse padrão tem uma história que começa lá na Europa.
E essa história eu vou deixar para contar futuramente.


Outra peça atribuída à Esberard é a Iraci.
O nome foi encontrado pelo meu amigo de Juiz de Fora, Álvaro Henrique, em uma compoteira verde que ele possuía mas que acabou sendo vendida. Portanto infelizmente não temos a foto da compoteira.


Outro fato que não deixa dúvidas quanto a origem do padrão Iraci, é que a Esberard produziu outros padrões semelhantes a esse, padrões muito próximos no uso das estrelas, pontilhados e pétalas.
Entre esses padrões temos o Iracema.
Na foto, uma taça de sobremesa Iracema com a marca gravada.

Uma outra peça que desde quando eu a adquiri me chama a atenção é o prato abaixo.

Ele me lembrava muito Iraci e Iracema, tanto que muitas vezes eu pegava as peças e ficava tentando identificar detalhes.


Até que há alguns dias eu encontrei essa cumbuca vermelha sendo vendida no Mercado Livre.
Na terceira foto é possível identificar algumas letras do nome Esberard.
Entrei em contato com o vendedor que gentilmente me autorizou a publicar as fotos e também confirmou que o o nome gravado era Esberard Rio.
Para ver o anúncio do vendedor, clique aqui.


Esberard Rio identificada como a fabricante da peça, restou apenas dar um nome ao padrão.
E o nome escolhido foi Sunny, Ensolarado.
Padrão formado por uma rosácea, cores quentes, lembrando uma tarde quente de primavera.

Várias outras peças comercializadas no Brasil são supostamente atribuídas à Esberard Rio, porém não existe uma prova exata para que essas atribuições sejam consideradas verdadeiras.
Portanto, no momento, o que temos que fazer é continuar pesquisando, procurando e contando com a sorte para encontrarmos essas provas e continuar mostrando para outros colecionadores de outras partes do mundo toda a beleza das peças "fogo" que foram produzidas no Brasil.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Jarra e copos Faiança Weiss

Atenção!
No meu instagran @claudiodeveikis você encontra fotos de várias peças de minha coleção, pode entrar em contato comigo para enviar fotos, dúvidas ou sugestões.
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Em seguida é só clicar no botão "Seguir" que aparece ao lado do meu nome @claudiodeveikis

E o mês de Setembro terminou, mês do quarto aniversário do Do Tempo Do Guaraná de Rolha, e nenhuma comemoração foi feita...

Para me redimir disso, e também para comemorar a chegada da primavera, eis um jogo da Weiss muito bonito!
Um conjunto da década de 1950 com decoração muito rica, totalmente feita à mão, que faz lembrar uma floreira que você pode ver clicando aqui.

A jarra tem capacidade para 2,4 litros.
Possui a alça toda decorada, linhas douradas que acompanham o contorno da alça e dos gomos que formam a peça.



Os copos tem capacidade de 300 mililitros e assim como a jarra possuem o fundo interno todo em dourado.




A famosa numeração da Weiss, com o que provavelmente são as iniciais do artesão.

A peça maior possui mais números e as menores apenas uma parte dessa numeração.
Esse fato ocorre em outras peças, e você pode constatar clicando aqui para ver um jogo de sobremesa e também aqui para ver um conjunto de taças.

E assim que venha a primavera com todos os seus encantos para alegrar nossos olhos!

Um abraço para todos!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O dilema de Dona Antônia

Antes de começar a publicação de hoje, preciso agradecer a participação de um amigo de Juiz de Fora, Álvaro Henrique Nicolau Aguiar, colecionador e vendedor, que forneceu informações detalhadas e interessantes sobre as peças de hoje.

Hoje, não vou mostrar uma única peça. São várias, com a mesma decoração, e talvez a decoração mais fácil de se encontrar em antiquários e sites de vendas.

Conhecida em algumas regiões brasileiras por "lágrima" e em outras por "gota", temos peças de vários formatos, tamanhos e cores.

Prato para bolo, compoteira aberta, compoteira fechada com seu respectivo presentoir.


Nas cores fogo (marigold), azul turquesa e transparente. Claro que essas são apenas cores que eu possuo. Provavelmente existam outras cores disponíveis.
De todas elas, a que mais se destaca é a compoteira fechada de pé baixo, que também é conhecida por "gota gorda", provavelmente por ela ser mais baixa e mais robusta, e também por "Dona Antônia" cuja origem do nome é um mistério.
A base da Dona Antônia possui decoração externa, a tampa possui decoração interna, e o prato de apoio, chamado de presentoir possui a decoração na parte inferior.
É possível reparar que a base da Dona Antônia e o prato de bolo são do mesmo molde.
O "dilema" da Dona Antônia é, qual o fabricante brasileiro que produziu essa peça no século passado?

A suspeita é que esse padrão era usado inicialmente pela Esberard Rio, e depois foi adquirido por uma fábrica chamada Guarani.

Informações que até o momento não podem ser confirmadas com exatidão, pois são informações passadas de boca em boca ao longo dos anos.

Mas alguns detalhes curiosos levantam a suspeita da veracidade dos fatos.

Eu encontrei informações em livros e em trabalhos acadêmicos de que existiu, no Rio de Janeiro, uma fábrica de vidros com o nome Guarani.
Informações técnicas sobre a fábrica, nenhuma sobre sua produção.

Outros fatos que existem são visíveis nas peças Dona Antônia. Veja as fotos abaixo:

Duas bases da Dona Antônia, as duas são da mesma cor, fogo (marigold). Porém a da esquerda possui uma iridescência mais alaranjada enquanto a da direita é mais amarronzada, ou como diria meu amigo Edward Freire, mais "queimada".

Além da iridescência, o fundo da amarronzada  é formado por raios concêntricos que chegam até a borda do pé, enquanto que a alaranjada possui raios concêntricos que terminam antes de chegar à borda.

De acordo com essas características, acredita-se que a Dona Antônia da esquerda foi produzida pela Esberard Rio, antes da década de 50, e a Dona Antônia da direita foi produzida pela Guarani entre as décadas de 50 e 60.

Como eu disse, são informações passadas por colecionadores e vendedores ao longo de muitos anos, a veracidade não está comprovada.

Mas quem sabe, algum dia, alguém, por algum acaso, descubra algum documento, livro, informativo, catálogo, revista, jornal, sei lá, alguma forma de comprovar e resolver o dilema de Dona Antônia?

Por enquanto, vamos apenas colecionar e apreciar os encantos dessas peças.