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sábado, 18 de junho de 2016

Outro erro no cenário da novela Êta Mundo Bom

Uma coisa é certa, alguém dentro da novela Êta Mundo Bom, da Rede Globo, gosta muito de Carnival Glass.
Isso é muito bom!
Um pouco mais de divulgação faz com que as pessoas tenham um pouco mais de interesse em conhecer um pouco mais sobre essas peças.
Porém, essa pessoa precisa tomar um pouco mais de cuidado ao escolher as peças que vão aparecer em cena.

No dia 29 do mês passado, na minha última publicação, eu mostrei uma compoteira Lotus Blossom que aparecia no cenário dessa novela ambientada nas décadas de 1940/1950, e que na verdade só foi produzida pela Indiana Glass Co. a partir da década de 1960.

Para minha surpresa, na última terça-feira, dia 14, no mesmo cenário da Lotus Blossom, na verdade ao lado da Lotus Blossom, apareceu um vaso Carnival Glass conhecido como Loganberry,  Framboesa Silvestre.

Eis a foto, à esquerda a compoteira Lotus Blossom, e à direita o vaso Loganberry.


Eu já conhecia esse vaso por fotos publicadas na internet e já estou de olho nele há algum tempo pois acho que o padrão dele combina muito bem com o padrão do vaso Fir Cone, produzido pela francesa Saint Gobain e que você pode ver clicando aqui.

Como eu ainda  não possuo um Loganberry para fotografar e ilustrar a publicação, entrei em contato com o especialista em Carnival Glass, David Dot, que já me ajudou em outras situações e que dessa vez me enviou as próximas fotos.

Meus sinceros agradecimento a David Dot!

Voltando para a novela Êta Mundo Bom e o vaso na cena.

O molde original do Loganberry pertence a americana Imperial Glass Company que foi uma das pioneiras na produção de Carnival Glass.

O fato é que a partir da década de 1960 a Imperial começou a reeditar alguns padrões que eram considerados clássicos.

Além disso, a Imperial passou por processos de vendas e foi encerrar suas atividades na década de 1980.

Seus moldes foram adquiridos por outras empresas e continuaram a ser usados, e talvez ainda continuem a ser usados.

E porque eu digo no título dessa publicação que esse vaso é mais um erro no cenário da novela?
Porque ele é uma reedição!

E como eu sei disso?
As fotos de David Dot vão ajudar!

Veja só, primeiro uma foto com dois Loganberry clássicos, ou seja, produzidos antes da década de 1960 e que poderiam fazer parte do cenário de Êta Mundo Bom:

Foto: David Dot

Na sequência 3 reedições do Loganberry produzidos após 1960:

Foto: David Dot

Conseguiram perceber a diferença?

Uma dica, não são as cores!
Por sinal, esses vasos foram produzidos em diversas cores, tanto nos clássicos quanto nos contemporâneos encontramos cores como marigold, fumê, verde, púrpura, etc.

Existem algumas diferenças entre os vasos, mas a mais fácil de identificar está na boca, na borda do vaso.

Vejam só.

Nos vasos clássicos, os mais antigos, a borda do vaso é no formato de "montanhas" levemente inclinadas:


Já nos contemporâneos, os mais novos, essas montanhas se transformam em "ondas", ou se preferirem "babados":


Repararam na diferença?

Agora é só voltar para a primeira foto e verificar que a borda do vaso em cena é em forma de babado, portanto um Loganberry produzido depois de 1960 e que não poderia fazer parte do cenário da novela.

Mais um mistério solucionado!!!!

Agora, vamos esperar os próximos capítulos da novela e ver o que mais aparece.
Seja certo ou errado, o bom é que tudo isso forma um excelente material que pode ser discutido e que podemos acabar aprendendo um pouco mais!

Um grande abraço para todos!

Atualizado em 21/06/2016

Estou me divertindo muito com essa novela Êta Mundo Bom!

Mas, sinceramente o que eu mais gosto, é procurar no cenário peças que eu conheço.

E aqui vamos para mais uma!
Uma manteigueira verde que apareceu sobre a mesa em uma cena no dia de ontem:


Muito bem, trata-se de uma peça produzida pela americana Northwood Glass Company a partir do início do século passado, portanto, está de acordo com a época da novela.

O padrão recebe o nome de Memphis, e no caso dessa manteigueira, não é uma peça Carnival Glass.

E nem poderia.

Não se conhece manteigueiras Memphis em Carnival Glass produzidas pela Northwood.

Mas o padrão Memphis foi usado em outras peças Carnival Glass, especialmente em uma poncheira de duas partes, base e cesto, semelhante a minha poncheira Twins, da Imperial Glass Co., que você pode ver clicando aqui.

Não fui atrás de outras fotos, mas fazendo uma busca rápida na Web vocês podem encontrar fotos mais detalhadas dessa manteigueira.


Estou ficando bom nessa brincadeira!

Bem, se pararmos para pensar que até agora apareceram peças de três diferentes empresas americanas, Indiana, Imperial e Northwood, talvez a brincadeira continue, e as próximas podem ser Dugan/Diamond ou Fenton ou Millersburg.

Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos!

domingo, 29 de maio de 2016

Erro em objeto de cena na novela "Êta Mundo Bom"

Em abril desse ano eu fiz uma homenagem à novela Êta Mundo Bom, da Rede Globo de Televisão, batizando um padrão produzido pela Esberard de Mundo Bom.
Isto porque, pela primeira vez em uma produção de televisão, apareceu uma peça Carnival Glass como objeto cenográfico.
Era um vaso, brasileiro, que recebe o nome de Aztec Headdress e pode ser visto na publicação clicando aqui.

Essa semana, mais uma surpresa!
Outra peça Carnival Glass aparece em cena, dessa vez na casa das personagens dos atores Guilhermina Guinle e Flávio Tolezani.


A peça é uma compoteira de pé alto, conhecida por Lotus Blossom, na cor lime green, e produzida pela empresa americana Indiana Glass Co.


Seria mais um momento feliz em ver uma peça Carnival Glass na novela Êta Mundo Bom não fosse um detalhe...

A Novela Êta Mundo Bom é ambientada na cidade de São Paulo no final da década de 1940, início da década de 1950 e a Indiana produziu as Lotus Blossom somente a partir da década de 1970!

Um erro de produção de arte de pelo menos 20 anos!

Foto: Donna Adler

Eu já falei sobre Carnival Glass Contemporâneo aqui blog, mais precisamente sobre a produção contemporânea da Indiana que se estendeu até o final da década de 1980.

Até concordo que a Lotus Blossom pode ser confundida com uma peça de design art noveau, talvez por isso a produção de arte pode ter pensado se tratar de uma peça do início do século passado.

Mas não é. É uma peça com no máximo 45 anos.

E o maior problema que um erro desses pode gerar é que uma peça dessas acaba sendo vendida por negociadores por um preço muito além do que ela realmente vale, simplesmente pelo fato de aparecer em uma novela de época e por pensarem ser um objeto com quase um século de existência.

A foto da caixa de uma Lotus Blossom de 1970:


Foto Donna Adler

Por isso que eu sempre digo que quando se trata de Carnival Glass aqui no Brasil, é necessário ter muita cautela para não achar que todas as peças são da metade inicial do século passado e para não cometer erros, buscar informações é extremamente necessário.

Êta Mundo Bom é uma novela que eu gosto de acompanhar, simples, divertida, bem feita.
Mas infelizmente hoje, vou ter que dar um ponto negativo para ela...

Meus sinceros agradecimentos à expert em Carnival Glass e mais expert ainda em vidros da Indiana Glass Co., Donna Adler, por permitir o uso das imagens.

E para os que acompanham o blog, um grande abraço e até a próxima!

terça-feira, 10 de maio de 2016

Vallérysthal & Portieux X Esberard Rio (Atualizado: Marinha Grande e Radeberg)

Atenção!
Não deixe de ler a atualização de 08/07/2016!

Em maio de 2014 eu escrevi aqui no blog sobre a "cesta em vidro Chimères", padrão conhecido no Brasil como "Dragão", produzida pela francesa Portieux.



Com o tempo, comecei a encontrar muitas peças no padrão Chiméres sendo vendidas no Brasil.
Algumas com a marca Portieux gravada, outras não.

Comecei a achar estranho essa grande quantidade de peças, principalmente porque algumas eram em carnival glass e eu não conhecia registro algum de que a Portieux produziu vidro carnival.

Foto: Antiquário Simonetti

Comecei a desconfiar, voltei ao catálogo da Portieux de 1907, e o que eu encontrei acabou me deixando surpreso.

Mas antes, preciso agradecer as imagens fornecidas por Pamela Wessendorf do glas-musterbuch.de, Debi Raitz do OpenSalts.US, ao Antiquário Simonetti e aos meus queridos amigos Álvaro Aguiar e sua esposa Márcia.

Minha primeira descoberta foi sobre o padrão Iraci, um padrão comum de ser encontrado em peças brasileiras produzidas pela Esberard Rio.

Sempre acreditei que Iraci fosse criação brasileira, mas não, esse padrão aparece em várias peças da Vallérysthal & Portieux.

Uma travessa Iraci:


A travessa no catálogo de 1907, item número 3691:

Imagem: © glas-musterbuch.def

Várias peças Iraci, em carnival glass, e também nas cores cinza e verde. Reparem as duas compoteiras abertas:


No item 3491 temos a imagem da compoteira Iraci:

Imagem: © glas-musterbuch.de

Na página 215 do catálogo, o item 3390 parece ser um prato Rosarinho:

Imagem: © glas-musterbuch.de


Já na página 238, a manteigueira 3853 parece ser a mesma manteigueira que foi mostrada aqui no blog no mês passado:

Imagem: © glas-musterbuch.de

Foto: Álvaro Aguiar

Tudo leva a crer que a Esberard Rio Importou os moldes da Vallérysthal & Portieux.
A prova principal de que foi a Esberard quem produziu essas peças está no item 3981 do catálogo.
Uma concha que tanto pode ser uma petisqueira quanto uma saboneteira:

Imagem: © glas-musterbuch.de

Não é difícil encontrar essas conchas aqui no Brasil, e com um detalhe, elas vem com a marca Esberard Rio gravada.

Talvez essa gravação da marca nas peças da Esberard tenha sido influência da própria Portieux que também gravava o nome em algumas peças.






Resolvi batizar essas conchas de "Cabrália", em homenagem a Santa Cruz Cabrália, cidade próxima a Porto Seguro, Bahia, onde em 1500 o português Pedro Álvares Cabral aportou pela primeira vez no Brasil.

Já no catálogo de 1933 da Portieux aparecem duas peças interessantes.
A primeira é um porta fósforos, item número 7199:

Imagem: Debi Raitz

A outra é um paliteiro, item 7358:

Imagem: Pamela Wessendorf

Álvaro Aguiar me apresentou um paliteiro que, supostamente, era da Portieux.
Mesmo não sendo nenhuma das duas peças que aparecem no catálogo, é impossível não perceber a influência da Portieux nesse paliteiro possivelmente brasileiro.



A figura poderia ser um camponês de longas barbas, sentado em uma pedra, descansando por causa do peso do enorme cesto em suas costas.
Mas reparem que a base da peça parece ser um chão repleto de pepitas de ouro, portanto também poderia ser um duende recolhendo pepitas e as colocando dentro do cesto.

Independente do que seja, o Álvaro chama esse paliteiro de "Paliteiro Corcunda".

Achei o nome extremamente original, portanto é assim que ele será chamado, Paliteiro Corcunda.





Para nossa sorte e deleite, alguém dentro da Esberard gostava muito de carnival glass, e independente dos moldes serem brasileiros ou estrangeiros, temos peças que podem ser consideradas verdadeiras jóias.

Por hoje é isso!
E não esqueçam que para quem quer fazer uma procura rápida das minhas peças carnival glass, basta acessar o site Do Tempo do Guaraná de Rolha!

Atualizado em 17/05/2016

Carol Sumpter, editora do Carnival Glass Society descobriu que o nome original, usado pela Vallérysthal & Portieux, para o padrão Iraci era Orientale (Oriental).

Obrigado Carol por mais essa descoberta!

Aos poucos vamos desvendando os mistérios do Carnival Glass que encontramos no Brasil!

Atualizado em 08/07/2016

Os sempre mestres e experts em Carnival Glass, Glen e Stephen Thistlewood fizeram descobertas surpreendentes sobre as peças dessa publicação.

E aqui, vou relatar o que eles descobriram.

1 - Iraci

O padrão Iraci pode ter sido inspirado no padrão Normades, que aparece no catálogo da Vallérysthal & Portieux de 1894 e 1907 mas também pode ter sido inspirado no padrão que aparece no catálogo da portuguesa Marinha Grande de 1910.

Sim, eu disse "inspirado", pois provavelmente as peças brasileiras não foram feitas com o mesmo molde das estrangeiras, existem diferenças entre as peças tais como o fundo das travessas, que nas estrangeiras são mais trabalhadas; a altura dos leques nas bordas das peças que nas estrangeiras são mais altas; e o pé da compoteira aberta, a brasileira possui um anel próximo à base, e as estrangeiras não possuem esse anel.

Na verdade, as peças produzidas pela Marinha Grande e pela Vallérysthal & Portieux são muito mais parecidas entre si do que com as brasileiras.

Resta saber, qual das duas foi a primeira a produzir essas peças.

Para você ler o texto completo da Glen e do Stephen, clique aqui!

2 - Cabrália

Uma concha, produzida pela portuguesa Marinha Grande, aparece em um catálogo de 1901 com um detalhe, ela possui a mesma textura pontilhada que as Cabrálias produzidas pela Esberard.

Essa textura não aparece nas conchas feitas pela Portieux & Vallérysthal.

Mas o molde usado pela Marinha Grande provavelmente não é o mesmo usado pela Esberard.
Também é uma inspiração.
Um detalhe que eu pude notar é que na parte onde a concha brasileira aparece o nome Esberard, na portuguesa aparece um "leque" de três pétalas.

Mas é indiscutível que a concha Cabrália é muito mais semelhante com a concha portuguesa do que com a francesa.

E uma coisa eu posso dizer, fiquei imensamente feliz em ter escolhido o nome Cabrália para essa peça, pois o nome tem ligações entre Brasil e Portugal, assim como a fabricação da Esberard Rio com a fabricação da Marinha Grande.

Para ler o texto no site da Glen e do Stephen, clique aqui!

3- Corcunda

No catálogo de 1890 da empresa alemã Radeberg aparece uma peça muito parecida com o Paliteiro Corcunda brasileiro.
No catálogo ele é chamado de "Porta Ovo Gnomo".
Mas, novamente, é provável que a peça brasileira seja uma inspiração na peça alemã, pois elas apresentam algumas diferenças.

Para ver a explicação completa, clique aqui!

Com essas novas informações escrevemos mais um capítulo sobre o Carnival Glass produzido no Brasil.
E tenho absoluta certeza de que estamos apenas na ponta de um imenso iceberg.

Meus sinceros agradecimento a Glen e a Stephen pelo trabalho extremamente bem feito!

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Carnival Glass e a Matemática

No final do mês passado, eu recebi um e-mail de um amigo, Derek Sumpter, que vive em Hampshire, Reino Unido.

No e-mail ele e sua esposa Carol Sumpter suspeitavam de possíveis conexões entre peças produzidas na Alemanha no início do século passado com peças produzidas no Brasil.

Assunto muito intrigante!

Além dessas possíveis conexões, que provavelmente aconteceram, o que me chamou muito a atenção foi a matemática envolvida nessas peças.

E é isso que eu quero mostrar na publicação de hoje.

Mas antes, meus sinceros agradecimentos a Derek e Carol, por me passarem informações tão precisas e por permitirem publicá-las aqui no blog  juntamente com as fotos dos pratos Blucher e ROM.
E também ao meu amigo Álvaro Aguiar por me enviar fotos de manteigueiras carnival glass tão lindas onde uma delas está sendo utilizada aqui na publicação.

A primeira peça é um prato, conhecido por ROM, produzido pela Brockwitz e que aparece no catálogo dessa empresa de 1915.

Quem conhece carnival glass brasileiro deve ter notado uma pequena semelhança com uma peça muito conhecida no Brasil.
Fácil fazer a conexão?

Acertou quem falou Olho da Rainha.


A estrela no círculo central do ROM lembra a estrela do Olho da Rainha.
A primeira opinião que eu tive, é uma explicação matemática.
Uma estrela de 6 pontas inscrita em uma circunferência é a maneira mais fácil de dividir, em partes iguais essa circunferência.

Trezentos e sessenta graus da circunferência dividido por seis resulta em 60° , ou seja, um hexágono inscrito na circunferência.

Mas, reparando bem, existe um detalhe que faz acreditar não ser apenas uma coincidência mas sim uma inspiração para a Guarany (?) iniciar o Olho da Rainha pelo desenho da estrela.
Esses riscos que saem da junção de duas pontas, são iguais no ROM e no Olho da Rainha. Não podem ser simples coincidências.

O próximo prato, Blucher foi comparado com um prato da Esberard, o Mundo Bom.

Aqui o prato com padrão Blucher.

E o Mundo Bom da Esberard.



Derek Sumpter acredita que a empresa alemã VEB Sachenglass usou um molde de uma outra alemã August Walther que produziu esse padrão na região de Dresden entre os anos 1920 e 1930.
A VEB Sachenglass usou esses moldes nos anos 1950 e 1960, e como sabemos, a Esberard Rio encerra suas atividades em meados de 1940.

Muito semelhantes.

Será que algum imigrante vindo da Alemanha para o Brasil trouxe a ideia do Blucher para a Esberard?

Ou alguém da Esberard viu o Blucher em alguma feira ou convenção e tentou fazer algo parecido?

A matemática por trás dos pratos é que o Blucher é formado por um decágono (36°) inscrito na circunferência enquanto o Mundo Bom é formado por um hexadegágono (22° 30').



Geometricamente, é mais difícil construir um decágono do que um hexadecágono, porém visualmente, o Mundo Bom parece ser um prato mais charmoso do que o Blucher.

E daqui a pouco eu vou explicar o motivo pois antes, para encerrar os polígonos inscritos, uma manteigueira do meu amigo Álvaro.

De começo eu confundi a manteigueira da foto com uma manteigueira Blucher que aparece no catálogo da Walther de 1936.

Mas a matemática não nos deixa enganar.

Como foi falado, a Blucher é formada por um decágono e essa manteigueira por um dodecágono, portanto mais uma peça com possíveis conexões com a Alemanha.



Agora vamos para a explicação do porque uma peça pode ser mais charmosa, bonita do que outra.

Por curiosidade e suspeita eu peguei a medida do raio de três peças e dividi pela medida da parte raiada ( a distância da borda até o início do anel central).
O resultado me deixou muito animado.

Peça 1 - Prato Blucher
O resultado de 14,4 dividido por 9,6 é exatamente igual a 1,5.

Peça 2- Prato Rosarinho
Dividindo 11,2 por 6,5 obtemos, aproximadamente 1,7

Peça 3 - Prato Mundo Bom
E o resultado de 12,8 dividido por 7,9 é 1,6 ou com precisão centesimal 1,62!

O que este resultado significa?

Que a medida do raio do Mundo Bom em razão (divisão) com a do raiado tendem a chegar a um número conhecido como "razão de ouro", "razão áurea" ou ainda "número de ouro" que é um número irracional e aproximadamente igual a 1,61803.

É um número muito comum na natureza e em alguns fatos curiosos, apesar de existirem matemáticos e cientistas tentando provar que em muitas situações a razão áurea não aparece.

Algumas pessoas o denominam como "número da beleza", ou seja, consideram que quando a razão entre duas medidas de um objeto resulta em 1,6 significa que esse objeto é "belo aos olhos".

Dos três pratos, dois chegam próximo a 1,6, diferença de um décimo, e um chega mais precisamente a esse valor.

Claro, vale lembrar que erros na tomada das medidas podem ter ocorrido, por mais cuidado que eu e o Derek tenhamos tomado, portanto tanto o Blucher quanto o Rosarinho darão uma diferença na igualdade da proporção áurea (Não, não vou entrar nesse assunto aqui!)

Mas o que me intriga é, será que essas medidas são propositais?

Ou será que foram feitas ao acaso e os meus resultados não passam de simples coincidências?

É, é a beleza do carnival glass com a magia da matemática!

E para finalizar, apenas uma pequena explicação do nome Mundo Bom para essas peças da Esberard Rio.


Quando eu fui dar o nome para as peças, fiquei na dúvida entre vários nomes, mas Mundo Bom ganhou a minha simpatia por dois motivos.

Primeiro porque esses raiados me lembram a abertura da novela Êta Mundo Bom da Rede Globo de Televisão.
Os raiados me lembram o sol que aparece na logomarca da novela.

Segundo porque foi nessa mesma novela que eu vi uma peça carnival glass sendo usada pela primeira vez como peça de cenário.

A peça é um vaso brasileiro conhecido como Aztec Headdress (Cocar Azteca) e faz parte do cenário que é a casa dos personagens dos atores Tarcísio Filho e Débora Olivieri que aparece nessa cena:


Portanto, nada mais justo do que fazer uma homenagem e batizar o padrão de Mundo Bom!