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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Centro de mesa STS Abel

Mais uma peça cuja datação/identificação se confunde com a história do mundo no século passado.
 Em 1918 Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia formaram o Reino da Iugoslávia.
Três anos depois, em 1921, três empresas vidreiras da Eslovênia e uma da Croácia se juntam para formar a STS Abel.
A STS Abel produziu vidros de altíssima qualidade com design diferenciado, principalmente no período Art Deco.

A partir de 1927 a STS Abel começa a usar logomarcas em suas peças.
Uma das logomarcas mostra um cálice de vinho no interior de um círculo junto com o nome da empresa.

A empresa também usou uma outra logomarca que apresentava um cálice "cruzando" uma estrela de 5 pontas.

Acredita-se que uma quinta empresa se juntou à STS, e que cada ponta dessa estrela represente uma das empresas.

A partir de 1941, a Iugoslávia começa a passar pela mão de facistas, nazistas, até que em 1945 é proclamada a República Socialista Federada da Iugoslávia.

Durante o regime comunista, a STS Abel desaparece, e só com a queda do comunismo é que, nos anos de 1990, as empresas que formavam a STS Abel voltam a atuar de forma independente.

Somente para terminar a história, hoje, infelizmente, na região da antiga Iugoslávia temos uma guerra civil étnica onde milhares de inocentes são mortos ou se encontram em campos de refugiados.
Lembram de Kosovo? Sarajevo?

Mas vamos voltar ao meu bowl.

Reparem que ele não possui nenhuma logomarca.

Uma peça do pós segunda guerra mundial?
Não, algumas características mostram que ele é anterior a essa data, sem logomarca, produção entre 1921 e 1927, início da STS Abel.

Além das características do vidro, temos os seguintes detalhes.
Esse "anel" no interior do bowl. Peças do pós guerra não possuem o anel.
 E o principal são os pássaros que servem como alças. No meu bowl, eles estão mais posicionados na base, parecem estar sentados de forma mais proeminente, o peito mais estufado.

E esse pássaro, ...
Tem uma confusão e discussão de que pássaro seria, vocês não tem idéia!

Pombo, Periquito, Martin Pescador, Kookaburra (um pássaro australiano) ... a confusão é tremenda, não vou tomar partido nisso, vou deixar para vocês decidirem!

Possui 15,0 cm de altura e diâmetro máximo de 22,0 cm.Cor, salmão.




8 comentários:

  1. Mas sem a logomarca como voce pode ter certeza de que é uma peça da empresa Ioguslava?
    Por sinal uma peça linda. Como foi adquirida?
    Abraços

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    1. Olá Margot!
      Então, essa é uma peça em vidro prensado, no Brasil chamamos de "vidrão" para poder fazê-la é necessário um molde em ferro que é uma parafernália muito pesada e cheia de peças. Quando você encontra uma peça feita em vidro prensado ela é exclusiva de uma determinada empresa, não existem empresas trabalhando com o mesmo molde. Pode ocorrer de uma empresa tentar imitar o molde da outra, é o caso do jogo de pratos da Westmoreland que publiquei há algum tempo, o padrão dos pratos foi copiado por outras empresas. Nesse caso é necessário observar os detalhes do desenho da peça para poder diferenciar.
      Nesse centro de mesa, isso não ocorre, a única empresa que se tem notícias que produzia esse bowl com pássaros era a STS Abel. Inclusive cheguei a enviar fotos para uma das maiores especialistas em peças de vidro Pamela Wessendorf, e ela confirmou a procedência e a datação.
      Quanto à aquisição, foi através de um conhecido dono de um antiquário, ele me mandou uma foto perguntando se a peça me interessava, fez um preço bem camarada, e acabei comprando. Caso tenha mais alguma dúvida, fique à vontade para perguntar. Grande beijo para você!

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  2. Olá C. D.

    Quanta informação. Estes vidros são mesmo tão queridos para Vc. Acho que como os santinhos para mim... Parabéns. E que bom que Vc jogou água na perereca e tb partilha as frutas com os micos. Eles e toda a natureza agradecem. As jabuticabas estão lindas mas eu deixaria ficar mais pretinhas... Mas acho os bichos não deixam, né?.

    Um abç.

    Dá uma olhadinha numa tentativa de post sobre 2 centros de mesa WEISS.

    http://velhariasdomaurinho.blogspot.com.br/

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  3. Realmente Amarildo, tenho descoberto e aprendido muito com as peças em vidro. Quanto às jabuticabas, também gostaria de deixar elas ficarem mais maduras, mas é impossível, além dos pássaros e dos saguis, aqui em casa tem serelepe (esquilo) e morcegos. Se eu deixar as jabuticabas no pé para amadurecer, durante a noite elas simplesmente somem...
    Agora, você vai me dar licença, mas estou indo lá no seu blog para comentar um pouco sobre suas peças!

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Olá C.D.

    Desculpe-me por não revisar os comentários e ter que excluir...

    Obrigado pela visita ao Blog.

    Não sei se te incomoda fazer perguntas por aqui. Mas vamos lá:

    1- Você acompanha os leilões?
    Apesar de se concentrarem no eixo Rio-Sampa, há um ou outro aqui e ali. Eu gosto muito e frequentava, no Rio, no tempo dos garçons, "uísques" e salões cheios.... Depois veio a Rede e modificou tudo (para melhor ou pior dependendo das circunstâncias). Mas ainda gosto e boa parte de minhas peças são de leilões.

    2- E como distinguir uma peça de época de uma "ching" (com todo respeito a este povo que fez e faz História e coisas maravilhosas, sobretudo as antigas Cia das Indias)? É que eles conseguem copiar tudo.. até a si mesmos. E se tratando de louça, vidro. então?... Tenho travessas de 120 anos (porcelana) que parecem feitas e usadas há cerca de 1 ano a julgar por sua aparência. Só sabemos pela marca e modelo que são de tal e tal época... Mas modelos podem ser copiados... Na imaginária, por exemplo, há tentativas de falsificação. Mas por outro lado há recursos óticos, técnicos e que a experiência e uma intuição vão apurando. Não sei se os vidros e afins se prestam também a este olhar mais profundo que distingue entre novo e antigo...

    Um abraço.

    Amarildo

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    1. Olá Amarildo!

      Então, eu sei que aqui em Curitiba existem algumas casas de leilões, mas não sei te dizer se elas leiloam antiguidades. Minhas peças são adquiridas junto a dois antiquários, cujos donos se tornaram meus amigos e acabam fazendo preços bem camaradas e justos, ou então por contatos que eu fui fazendo ao longo dos anos em São Paulo, Minas Gerai, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e até no exterior.

      Quanto aos "Chings" olha, diz a lenda que eles estão reproduzindo louça antiga, enterrando e deixando enterrado por um ou dois anos para que elas peguem mais aparências de antigas, e depois revendendo por preços muito caros. Mas como eu disse, é uma lenda...
      Para vidros, acredito que a reprodução ou falsificação não valha a pena. Veja, um prato borrão, antigo, pode ser vendido por até R$ 1000,00, e o mesmo molde usado para um prato pode ser usado para outros, mudando apenas a decoração que pode ser uma pintura manual.
      Já um prato de vidro, mesmo produzido em 1900, será vendido por no máximo 1/10 do borrão. Sem dizer que o molde é muito difícil de alterar para fazerem outros pratos diferentes.
      Reproduzir, é outra história, pode até ser que tentem pois muitos moldes estão por aí, porém, o custo de fabricação é alto e demorado...
      Mas também penso da seguinte maneira, se você for em uma dessas lojas que vendem artigos finos para presentes de casamento, vai encontrar muitas peças em vidro/cristal que ainda são produzidas por empresas européias... Portanto é claro que corre-se o risco de comprar uma peça nova que foi passada como antiga.
      Uma das coisas que eu faço é sempre pedir para o vendedor me dizer de quem ele conseguiu a peça, isso já dá uma certa confiança na aquisição. Outra coisa é que eu faço parte de um grupo de discussão na internet com colecionadores e especialistas em vidro do mundo inteiro. Nesse grupo, além de falarmos sobre a produção de vidro, é possível enviar fotos que serão analisadas por esses especialistas para checagem da fabricação e autenticidade da peça.
      Mas, garantia de 100% realmente não temos... Se você fizer uma busca no Mercado Livre, vai ver que tem muita gente picareta vendendo produto Made in China como se fosse antiguidade, ou se você procurar por "vidro de Murano" vai encontrar zilhões de anúncios onde mais de 90% desses vidros foram fabricados em países da Europa ou mesmo da América eu Sul, mas que por causa da aparência são vendidos como Murano.

      Grande abraço!

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